21 de mar. de 2016

MOSAICO (livro)

Eu sei... faz tempo que não publico nada, e realmente sinto muitíssimo, mas é que simplesmente surgem prioridades na vida, e o tempo para me dedicar ao blog fica extremamente reduzido.

NO ENTANTO....

AQUI VAI UMA RESENHA! (OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: isso não é exatamente uma resenha, mas se você quiser considerar como uma, eu prefiro.)




Não sei se vocês leitores conhecem a plataforma do Wattpad, mas se não conhecem, CONHEÇA. Eu andei fuçando algumas histórias por lá, e, se você souber procurar, você descobre coisas fantásticas e bem originais. De verdade, eu ainda não cheguei a ler livros inteiros por lá; normalmente eu leio uns cinco capítulos e coloco na minha biblioteca para continuar lendo depois. Mesmo assim, descobri muitas coisas que parecem interessantes, e até mesmo que mereciam ser publicadas em livro físico. 

Um desses livros que preciso recomendar é MOSAICO. Três de nossas blogueiras escrevem (eu ajudo hehehe), então porque não fazer propaganda?

O livro é muito diferente dos que eu já li pela plataforma, e falo isso porque eu realmente acho muito diferente. Quem já leu minhas outras resenhas sabe que não estou falando isso só porque eu ajudo elas. Maioria dos livros que encontro por lá, até mesmo os bons, são ou romances normais da menina tímida que encontra o garoto popular dos sonhos, ou fantasias que envolvem magias misteriosas que surgem do nada, sem explicação alguma, ou envolvem outros mundos muito mal planejados. 

MOSAICO não se encontra em nenhuma dessas categorias. Ele não tem romance mimimi; ele não tem magias misteriosas e sem explicação (apesar de ter um pouco de ilusionismo); e ele não é um mundo completamente novo, muito menos mal formulado. Tudo que acontece na história é detalhado e faz sentido dentro do contexto criado; e acaba que o lugar que as autoras criaram serve de metáfora para várias situações que acontecem no nosso mundo. Apesar de a história conter reflexões importantes, elas não são de maneira alguma o foco da narração. Tudo está centrada na confusão que um grupo de amigos que consertar quando foram mexer com o espaço tempo, e o modo como eles usam certos dons que possuem para impedir um tirano preconceituoso, o Edmundo Unha, de chegar na presidência. O que torna a leitura mais divertida são os trocadilhos espertos que encontramos e o modo quase cômico que as autoras retratam várias questões. 

Vou por aqui embaixo a sinopse que elas disponibilizaram no Wattpad:


Viagens no tempo podem ser problemáticas. Foi a primeira coisa que Max, Pete e Biscoito notaram quando puseram as mãos na agenda. Aquela maldita agenda que uma vez pertenceu a uma famosa ilusionista, Dalila Houdini.

O problema pode ser pior ainda quando se brinca de alterar o espaço-tempo com aquele pequeno caderno, mesmo a intenção sendo boa. Afinal, o destino é complicado demais ao mexer em uma peça e não tocar em outra acidentalmente.

No meio de uma trama envolvendo mutações genéticas, minorias sociais e questões políticas, o grupo de colegas tentam consertar toda a besteira que descobriram e fizeram em suas viagens. Ao mesmo tempo, descobrem fatos surpreendentes que mudarão suas vidas - passado, futuro e presente - de uma forma inimaginável.


Espero que gostem da indicação! O livro é bem curto, e apesar de não estar pronto, parece que vai ter um desfecho muito espetacular, afinal, truques de ilusão sempre têm um Gran Finale!




4 de mar. de 2016

A Garota Dinamarquesa (filme)






Eu tenho certa rejeição a biografias. Talvez seja porque o personagem principal sempre morre (é sério, nunca espere um final feliz. Veja "Marley e Eu", por exemplo. Marley era o centro da história. Marley morreu.), ou talvez seja porque meu coração ficcionalizado desde a infância não aceite com gosto a realidade.

Mas de uns tempos pra cá eu passei a apreciar biografias, vejam só. Começou com Moça com Brinco de Pérola, foi para Big Eyes e agora, entrando nessa onda de biografias de pintores, A Garota Dinamarquesa. Obra aclamada pela critica e indicada ao Oscar de melhor filme. Fez Alicia Vikander ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante e Eddie Redmayne concorrer ao de melhor ator. Talvez tantas indicações tenham deixado o filme especial, não é mesmo?

Não, não é por isso. Veja bem, eu poderia dar n motivos para ter amado A Garota Dinamarquesa (começando pela minha adoração ao Eddie), mas dou dar apenas um, sendo esse o pior e o melhor motivo: é uma história real. E, como toda história real, é linda, é confusa, é dolorida e complexa. Porque a história real da tal garota não é o conto de uma menininha que morava na Dinamarca, passou por maus bocados e teve seu final feliz. É uma biografia, lembra? É a história de Einar Wegener. É a história de sua esposa, Gerda. E é a história de Lili. Lili Elbe, como o rio.

Lili, que nasceu de Einar e com Einar, dividindo um corpo. Não, não é caso de siameses ou esquizofrenia (embora os médicos tenham diagnosticado Einer com tal coisa), é um caso de como Einar se tornou Lili, como um homem se transformou em mulher, por assim dizer. Todo o processo, toda a transformação, a relação de Einar/Lili com Gerda e a forma como Einar se enxergava, enxergava Lili.... É de tamanha graça e delicadeza, por vezes brutal, não há como explicar. É aquela experiência de vida que toca e toca de um jeito único que não dá pra ser apagado ou esquecido.
Lili Elbe na vida real e interpretada pelo Eddie

E eu posso estar falando bobagens, eu devia estar criticando, ou pelo menos julgando e apontando pontos negativos, mas minha única reclamação é que não pude conhecer Lili Elbe melhor, eram apenas 107 minutos de filme.

Mas, bem, em um resumo técnico, é esplendoroso. A imagem, a riqueza de detalhes, os sentimentos. Alicia mereceu aquele Oscar, e o filme merecia os outros também. Uma vez eu li uma entrevista em que Eddie falava dos desafios de interpretar alguém tão profundo quanto Lili Elbe. Cara, eu não sei o que você fez pra superar esses desafios, mas conseguiu.

Se eu tivesse que dar uma nota pra esse filme, seria 11, porque a escala só vai até 10.



~Mel