27 de nov. de 2015

Cemitério de Dragões (primeiro livro do Legado Ranger)



O primeiro livro do Legado Ranger, de Raphael Draccon me surpreendeu. De varias maneiras.

Começando com a capa, que simplesmente me deixou intrigada. Qual é a relaçao entre dragões e um capacete super tecnologico?!

Lá fui eu ler para descobrir.

A história é narrada em terceira pessoa, mas traz o ponto de vista de diferentes personagens, cada um de um diferente país do mundo:

Derek, um ser humano quase comum, do nada tinha acordado em outra dimensão e virado escravo de demoníacos sanguinários. Logo no início, consegue fugir e libertar outros escravos e prisioneiros, iniciando um caos na estranha dimensão onde estava, como se é de esperar de todo personagem principal.

Ashanti, uma humana quase comum, do nada apareceu em uma estranha cidade de monges-leões, que depois de receber um treinamento, vira uma guerreira, protetora - e amante- de uma dádiva.

Romain, um ser humano quase comum, aparece nú em uma estranha vila. Infelizmente não teve tanta sorte quanto os outro, e foi preso junto com Daniel, um ser humano comum.

"E qual seria a relação entre essas pessoas que nunca se viram na vida?" eu me perguntava. Mas a resposta rapidamente foi ficando óbvia: eles todos irião lutar contra dracônicos. E, pouco depois que conhecemos os personagens, já soube que um dia todos eles irião se encontrar para isso.

Derek é quem possibilita esse encontro. Por diversos fatores, ele vai se unindo aos outros personagens para derrotar uma serpente do mal e salvar a dimensão de completa destruição. Enquanto isso, uma equipe de alienígenas começa a ajudar Derek fornecendo tecnologias ultra avançadas de combate. Só então é que finalmente pude deduzir que o capacete na capa fazia parte de uma super armadura com uma super simbiose de super dragoes e super células de metal que irião se super combinar com o sangue humano e formar um power ranger! Os quatro personagens principais, com esses super upgrades - coloridos, por sinal - irão salvar a dimensão de todo mau demoníaco!!

Outro aspecto que eu não esperava (e esse não é bom) é que na medida em que caminhei para o final da história, - na verdade, mais ou menos na metade do livro - muitas coisas foram ficando previsíveis. Tudo estava tão novo e legal para mim até que, em determiado momento, já tinha uma noção do que aconteceria: provavelmente algumas cenas de romance entre alguns personagens, talvez alguma traição de outro, mais uma cena de fuga e muita luta, um personagem babaca virando herói e, claro, um final onde muita coisa dá errado, gerando uma reviravolta para o segundo livro. Coisa que qualquer história tem, mas que depende do autor para serem bem trabalhadas.

No caso de Cemitério de Dragões, apesar de retratar um tema bem abrangente, não senti que a trama poderia ficar mais complexa nas continuações. Senti que a originalidade da história ficou muito restrita aos clichês que encontramos em todos os livros, algo que Draccon poderia trabalhar. Além disso, o modo dele narrar chega a ser irritante com algumas descrições que usam vocabulários bem específicos e complexos para algumas pessoas que, por exemplo, nunca estudaram biologia (não é o meu caso). Isso me deu a impressão de que o narrador, ou o autor (não sei se eles são a mesma voz nessa história), queria mostrar que sabia e que era inteligente (resumindo: se acha demais).

Outro aspecto negativo da obra foram as cenas de romance não muito bem trabalhadas (não foi algo que me surpreendeu, já que eu achei a mesma coisa em Dragões de Éter, outra coleção do autor). Para mim maioria pareceu um pouco forçada ou desesperada. Ashanti, por exemplo, se apaixona rápido demais pela dádiva e fica ansiosa demais para protegê-la. A não ser que apareça uma explicação para isso nas continuações, vai permanecer muito estranho e sem sentido.

Em contrapartida, esses defeitos, não deixaram a história ficar maçante e entediante, pois mesmo eu já sabendo o que ia acontecer, eu queria ler e descobrir como iria acontecer (e também confirmar minhas habilidades de vidente). As cenas de ação são muito muito boas (os golpes que os personagens davam e a destreza deles me surpreendiam), com certeza um forte do autor, e os personagens todos tem um bom humor, tornando a leitura leve. Gosto muito também do fato das backstories de cada um que aparece serem bem esculpidas, o que ajudou muito na melhor compreensão do motivo de todos eles estarem naquele lugar demoníaco estranho (por sinal, algo que, quando consegui ligar as informaçõs, também me surpreendeu).

Por fim, apesar de algumas previsibilidades, eu não tenho ideia do que acontece no segundo, e estou doida para ler a continuação para finalmente descobrir como irão resolver o problema que criaram no final da história.

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