21 de nov. de 2015

Divergente (Livro - trilogia)


Pode conter muitos spoilers, porque Lule não aguenta...


Abnegação. Audácia. Erudição. Franqueza. Amizade. Situada em uma Chicago destruída, a sociedade onde Beatrice vive é dividida nessas cinco facções, e, aos 16 anos, os jovens precisam escolher em qual delas passarão o resto da vida. Com certeza uma ideia bem original, que, a principio, me lembrou bastante de Jogos Vorazes: um futuro distópico em uma organização social imposta; mas se provou ser completamente diferente.

O primeiro livro da trilogia de Veronica Roth começa logo com Beatrice Prior fazendo um teste que tinha como objetivo descobrir em qual facção pertenceria. Ao tomar um soro, ela passa por várias situações induzidas em sua mente que, sendo resolvidas, levam a um resultado. nesse momento, Beatrice já se mostra uma pessoa excepcional quando seu teste é inconclusivo, algo muito raro de acontecer e que poderia causar muitos problemas no futuro (e quanto!).

Assim, Tris, que antes era da Abnegação, começa sua iniciação na Audácia. É emocionante ver a personagem se desenvolvendo de uma magrela fracote que perdia todas as lutas corpo a corpo a uma garota forte fisicamente e psicologicamente, batendo recordes e até se envolvendo amorosamente com o misterioso Quatro/Tobias, o treinador gato - muito gato - do grupo de iniciandos. Ao longo desse processo ela também faz amizades com Christina (uma menina, antes da Franqueza, que se provou incrivelmente forte ao ficar agarrada durante cinco minutos em uma barra escorregadia acima de um fosso - a pedidos do treinador ridículo, Erick), Will (namorado de Christina), Albert (um falso amigo muito depressivo) e Tori (a mulher que fez o teste de iniciação dela e sabia sua verdadeira identidade). Também fez inimizades com Peter e sua gang, que gostavam de se exibir e também de fincar facas nos olhos dos concorrentes.

Passadas as dificuldades de treinamento e concluída sua iniciação (em primeiro lugar), Beatrice precisa enfrentar Jeanine, a terrível chefe da Erudição que quer exterminar os divergentes (e Tris, por acaso, é uma). Quando os membros da Audácia se tornam soldados "robôs" de Jeanine em um ataque sangrento contra a Abnegação, Tris e Quatro entram em ação quase que de modo Matrix para acabar com o massacre. Eles conseguem ajuda de ninguém mais ninguem menos que Peter (o cara mau da faca) e o irmão de Tris, Caleb (que faz parte da Erudição e diz não saber de nada... mentiroso) e desativam o modo robô dos audaciosos (e Tris mata Will - ou era ela ou ele). Nesse momento, Quatro é um super robô de Jeanine (eles tinham sido pegos em um determinado momento, só que Tris escapa e ele não) que tem a função de matar a Tris e vigiar o sistema que controla as pessoas robôs. Contudo, o amor dos dois é mais forte e, quando ele estava prestes a matá-la, as palavras de Tris conseguem atingir a mente de Quatro, fazendo-o lutar contra o soro do mal que o deixava robô. 

A história tem um fim muito emocionante, com a Abnegação vencendo a batalha. Porém, ainda havia lacunas a serem preenchidas quando as folhas acabaram, de maneira que precisava ler o segundo desesperadamente. 

Então Insurgente começa com meu casal favorito, Tris e Quatro, e seus amigos Caleb, Christina, Marcus (pai abusado de Tobias) e o Peter (o cara mau da faca) buscando abrigo e ajuda na sede da Amizade. Lá a história fica bastante enrolada: tem uma reunião, a Tris fica bobinha com o soro da Amizade, e tem uma cena de fuga. Nessa ocasião a personagem principal salva a vida de Peter (Sim, ela salva a vida do cara mau da faca) e todos os perseguidos vão buscar abrigo em outros lugares. No entanto, ameaças constantes de Jeanine contra os divergentes (e qualquer um que os ajudasse) faz com que Tris se afaste de Quatro (ridicula, na minha opinião) e que ela cumpra as ordens da maquiavélica Jeanine. 

Antes de continuar, preciso colocar um parentesis aqui: (as briguinhas de casal nessa parte me encheram o saco e me deu raiva dos personagens. Eles brigavam a toa e eu comecei a torcer para que tudo explodisse e todos morressem no final - precisei de muita paciência). 

Obviamente Peter trái o grupinho de heróis de uma maneira bem previsível (ele é o cara mau da faca), e Caleb, o irmão mentiroso, também trái o grupo. Nesse momento Beatrice é praticamente a depressão ambulante e irritante, que, por algum motivo, esqueceu como se usa uma arma de fogo (ela ainda não conseguiu superar a morte de Will em suas mãos). Mas então, Tris, em uma tentativa heróica, aparece na sede da Erudicão, onde Jeanine começa a fazer pesquisas sobre divergentes no intuito de conseguir um soro para controlá-los. Acaba que, quando o cobaia de Jeanine (Peter!) injeta o soro da morte em Tris, ela não morre (Peter trocou o soro e salvou a vida dela - ?!) e Quatro surge para ajudá-los a fugirem. Essa foi a parte mais emocionante do tão esperado segundo livro, que até então só andava me decepcionando. É quando surge uma confusão: Tris quer um documento que está na erudiçao enquanto que Quatro quer fugir e se unir aos sem facção para destruir tudo e começar uma nova organização de sociedade.

No final eles fazem os dois e revelam a informação que Tris buscava: um video explicando que aquela cidadezinha organizada em facções não passava de um Big Brother científico para solucionar os problemas da sociedade corrompida do lado de fora da cerca. 

Particularmente achei bem interessante essa informação e fiquei curiosa - bem curiosa - para saber como que esse experimento solucionaria o problema do "lado de fora" o que me motivou a querer ler mais, apesar de alguns detalhes dos dois primeiros livros terem me desestimulado.

Mas quanto ao terceiro livro... decepcionante...

O livro é narrado pela Tris e Quatro, diferente dos outros que só são narrados pela Tris, o que me fez pensar logo de cara que a autora decidiu o que aconteceria na história meio que de última hora.

Os personagens saem do Big Brother, deixando a mãe de Quatro encarregada pela reorganização de tudo na cidade, e vão para fora, onde encontram a empresa encarregada pelo experimento. 

Lá eles descobrem (e essa parte eu achei muito doida e louca) que muitos anos atrás, devido a experimentos genéticos, começaram a surgir genes dominantes nas pessoas de modo que algumas características sobrepujassem outras, gerando pessoas violentas que faziam varios conflitos (achei isso uma boa crítica à alteração genética de seres vivos). A sociedade de Tris é um de vários experimentos na tentativa de tornar a tudo normal novamente. Quando o número de divergentes aumentasse na população (são pessoas com genes normais) é porque o experimento está dando certo. Então Tris na verdade é uma pessoa normal, e é o resto que é anormal. Inclusive Quatro, que se achava um divergente, descobre que na verdade não era, então dessa vez é ele quem vira a depressão ambulante e irritante.

A partir daí, a história começa a ficar um pouco previsível. Acontecem alguns ataques ao prédio, vindos de revolucionários que querem acabar com os experimentos, Tris fica confusa, como sempre, e Quatro, ainda depressivo, só quer ver a amada Beatrice segura. Acontecem algumas mortes e esclarecimentos nesse meio. Mas tudo muito monótono, estragando toda a curiosidade que tive com as revelações.

Então, acontece algo para dar um pouco de ação no livro: os cientístas, vendo a confusão que está acontecendo lá dentro da ex-Chicago, decidem, exterminar a população de lá com o soro da morte. A partir desse momento, os personagens principais percebem quem é o verdadeiro inimigo (o chefe dos experimentos) e obviamente não querem deixá-lo vencer, de modo que bolam um plano para salvar sua cidade.

Assim, durante uma invasão ao prédio, Tris e Caleb espreitam pelos corredores dos laboratórios em busca do local onde os soros da morte estavam guardados. Tris acaba encontrando sozinha o local, e sabe o que espera por ela: jatos de soro da morte. Como ela não sabia a senha que desativava os jatos, ela precisa atravessar o corredor da morte (literalmente) para chegar ao botão vermelho de desativar. O impressionante acontece: ela consegue atravessar! Ela é divergente e nao pode controlada por nenhum soro! Ela é imortal! Ela aperta o botão! Ela salva a vida de todos!! Viva Tris a heroína! (Eram essas as reações que tive na cena. Mas o que acontece depois acaba com toda a graça).

Ela leva um tiro do chefe dos laboratórios... 

E morre.

Ela MOR-REU! Simples assim... Com um tiro

Não que seja ruim ela ter morrido. Nesse ponto já não tinha nada contra isso, até porque ela estava irritante. Mas a historia vinha decaindo e decaindo, ficando monótona e sem graça, e quando chega no final emocionante a personagem narradora tem a morte menos heróica e mais miserável possível.

Decepcionante. 

Eu preferiria a explosão da cidade experimento. Ou até mesmo que tivessem todos morrido logo de uma vez no primeiro livro. 

O final ficou sem sentido. Seria muito mais legal algo totalmente trágico que faz sentido do que algo só meio feliz para agradar alguns fãs ou satisfazer uma vontade implacável de querer matar a personagem principal só para ver a reação do mundo. 

Parece que a Veronica decidiu que a Tris ia morrer quando estava escrevendo o capitulo de morte dela. Não parece que foi algo real e planejado. Até porque só no último livro temos a divisão de narração. 

Bem. 

Tudo bem.

Superei esse final xôxo.

Mas não posso deixar de pensar no quanto esperava muito mais. A história tinha muito potencial.

E Caso você esteja pensando: "nossa, ela realmente odiou a história, que infeliz", bem sou muito feliz e os três livros ainda têm a honra de ficar na minha prateleira.

De qualquer jeito, fica uma dica: os filmes estão melhores que os livros. Tem algumas leves mudanças que melhoraram muito a história, na minha opinião. Sem contar que consigo visualizar muito melhor as coisas futuristas e etc. já que a Veronica não detalha os cenários o suficiente para eu imaginar tudo direito. Espero que o último filme seja bem melhor que o último livro. Ficarei feliz em saber o livro serviu pelo menos para fazer um filme bom...

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