26 de jan. de 2016

Blackbird A Fuga e Deadfall A Caçada (dois livro)






 


















 
A primeira coisa que me chamou atenção quando fui comprar esses dois lindos foi a capa. Gostei muito das cores e da arte na frente, e o mapa atrás; logo fiquei curiosa. Ela também me lembrou um pouco de Jogos Vorazes quando vi esse alvo e o passarinho do primeiro livro, mas não se engane, a história não tem muito a ver com qualquer outra que eu já tenha lido. Os livros de Anna Carey me surpreenderam logo de cara: eles são narrados em segunda pessoa. Isso mesmo. Segunda. Eu fiquei confusa no início, até me acostumar, mas logo comecei a amar, porque aumentou as possibilidades de interpretação da história e também me fez entrar melhor no enredo. Vou te explicar a história (em segunda pessoa), se ainda não entendeu.

Você acabou de acordar em trilhos de trem. Você está em uma estação de metrô, e assim que consegue sair dos trilhos, percebe que está sendo perseguida. Você não lembra de nada. Nem mesmo seu nome. Só sabe que é uma garota. E que está sendo caçada. Você abre sua mochila e encontra, dentre várias coisas, um bloquinho de notas com um numero de telefone. Você disca o número e alguém que você não conhece te manda ir até um escritório. Enquanto foge por Los Angeles pensando em chegar até o lugar que te mandaram ir, você tromba com um menino. Ben. Você diz a Ben que seu nome é Sunny, e Ben te dá carona para prédio que procura. Quando você chega ao prédio e destranca a porta do escritório com um clipes, um alarme soa e a polícia passa a procurar por você achando que é uma criminosa. Ir ao prédio era apena uma emboscada para que você nunca pudesse procurar a polícia para pedir ajuda. Não demora muito e você vai atrás de Ben para ele te ajudar, e enquanto vai tentando lembrar do passado e tentando entender o que está acontecendo com você, você vai descobrindo que está sendo literalmente caçada. Existe uma empresa que tira a memória de alguns jovens - normalmente aqueles excluídos que não fariam falta a ninguém - e caçadores, cansados e entediados com animais, a contratam para caçar humanos por pura diversão. Resta a você descobrir quem são as pessoas responsáveis pela empresa, quem são os outros alvos, tentar convencer a polícia a resolver o caso (mesmo você sabendo que está sendo procurada por ela). E, claro, se manter viva e escondida dos caçadores.

Certo, resuminho feito. Agora minhas observações. Eu achei incrível o fato de que eu realmente estava lá na história. Era eu quem acordou no metrô, era eu quem estava sendo caçada e era eu quem precisava de uma ajuda e não podia procurar a polícia. Tinha momentos que eu realmente conseguia me sentir como a personagem, (tá que eu já sinto assim em muitos livros, mas nesse foi um pouco diferente), sentir a adrenalina em mim, eu realmente ficava sem ar em algumas cenas ou eu ficava animada com alguma coisa que a personagem (eu) descobria. E essa última observação é o que torna toda a experiência de leitura de Blackbird mais legal: a personagem não sabe de nada e você não sabe de nada, então parece que você realmente é aquela pessoa ali, perdida, caçada, desesperada. Cada descoberta sua, é uma descoberta da personagem. É simplesmente incrível.

Outra coisa que eu acho importante notar é que a personagem não está salvando o mundo de um mal; ela não vive em um futuro distópico ou em um mundo fictício; ela não quer mudar o modo de pensar de ninguém muito menos dar alguma lição de moral para os leitores. Sunny é apenas uma pessoa normal, esquecida pela família, que agora está sem memória e no meio de Los Angeles sendo caçada. Ela só quer sobreviver. Ela só quer entender. Ela só quer acabar com a caçada. Nada de revolucionar. O que tornou tudo muito original. Isso tudo tornou muito mais fácil me conectar com o enredo. Afinal, eu sou uma pessoa normal, em um mundo normal, não revoluciono nada. Assim, ficou fácil acreditar, através da segunda pessoa, que eu realmente estava sendo caçada.

Já na continuação do livro, Deadfall, muda um pouco esse cenário de você e a personagem ser uma só pessoa. Isso porque ela começa a lembrar das coisas do passado e ela encontra um menino (Rafe) que está na caçada com ela e que sabia o seu nome de verdade (Lena); então aos poucos a personagem vai se revelando e deixando de ser você. Mas a narração continua do mesmo jeito, e o final não deixa de ser surpreendente.

Apesar de o enredo não ser muito complexo (eu gosto de coisas complexas, mas nesse caso, ficou muito bom a simplicidade e o foco da narração em um só objetivo), e nem todos personagens terem certa profundidade (o que não fez falta também), com certeza é um livro que me marcou. Talvez não seja uma das minhas histórias favoritas no sentido de idolatrar os personagens, chorar por mortes, estar desesperada por uma continuação (que infelizmente não existe) e querer entender melhor o mundo retratado (até porque é o nosso próprio mundo), mas eu super recomendo; ainda mais porque são só dois livros e os dois são curtos. Mas serão duas das melhores curtas e não complexas histórias que já leu.

Espero que gostem dessa indicação!

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