Deadpool (Filme)

Classificação: 16 anos

Tudo começou com um teste de filmagem vazado misteriosamente em 2014, que apresentava uma cena de teste para um possível futuro filme do Deadpool. Na época um longa de super-heróis para maiores de 18 era inimaginável, mas diante do sucesso e da viralização do vídeo de apenas 2 minutos, não houve mais como virar as costas para o que o público queria.

 O resultado? O Mercenário Tagarela ganhou a sua merecida chance e com uma campanha de marketing massiva e bem humorada, Deadpool chegou aos cinemas do mundo (quase, porque foi banido em alguns países por causa do conteúdo) prometendo acabar com a mesmice dos filmes de super heroí e trazer um conteúdo mais adulto para essa indústria.

SINOPSE:
Quando o ex-militar e atual mercenário Wade Wilson(Ryan Reynolds) é diagnosticado com um câncer em estado terminal, o mesmo encontra uma possibilidade de cura em uma sinistra experiência científica. Recuperado, com poderes e um incomum senso de humor, ele então adota o alter-ego Deadpool para buscar vingança contra o homem que destruiu sua vida.

OPINIÃO (SEM SPOILERS):
O filme é divertidíssimo e arranca boas risadas dos espectadores com seus diferentes tipos de humor (desde um mais infantil até um mais adulto), faz mais de 8 mil referências(nem Hora de Aventura escapou da zoeira) e consegue acertar no tom acido de suas críticas. O filme é rápido, interativo (sim o personagem quebra e MUITO a quarta parede, conversando com todos no cinema) e recheado de ação.

O anti-heroí faz questão também de brincar com os clichês e com a própria produção de um filme, ele cita os atores, e até diretores por detrás do estúdio e ainda por cima debocha do baixo orçamento (aproximadamente 50 milhões, o que é pouco para uma produção do ramo). Os atores estão excelentes nos seus papeis e a interação de Deadpool com os outros personagens da trama é orgânica e hilária.

O longa também não é cronológico, e vive transitando entre presente e passado, sempre envolvido em uma trilha sonora muito boa. São muitas as cenas icônicas e as são tantas as referências que é impossível pegar todas assistindo uma única vez. Ryan está tão bem no papel que se tornou o próprio mercenário. Deadpool está cômico, sarcástico, exagerado, mortal e, me atrevo a dizer, que é o personagem mais bem adaptado dos quadrinhos que já vi.

Embora eu considere o filme sensacional, ele tem alguns problemas, mesmo que eles tentem quebrar os estereótipos não conseguem fugir de todos e a cena final (não se preocupe, não vou dar spoiler como o prometido) traz um nível de destruição megalomaníaca que é, no mínimo, desnecessária. A personagem Al, a cega, não foi bem aproveitada
e o vilão é bastante genérico. Mas essas são, em sua maioria, decisões que eu consigo entender, o filme já é arriscado, revolucionar demais seria extremamente perigoso.

E é aqui que deixo minhas menções honrosas: Meus parabéns ao ator Ryan Reynolds, que não só entrou perfeitamente no personagem como esteve envolvido em praticamente todo o processo de produção (desde o roteiro até o elenco). Ele conseguiu com seu esforço e pouco dinheiro criar um filme recorde de bilheteria e alcançou ainda a sua redenção (desde seus dois últimos papeis ruins, Lanterna Verde e o outro Deadpool de X-Men, ele estava em baixa). Tim Miller, o diretor, também fez sua estreia com grande estilo. A atriz Morena Baccarin (que é brasileira!!) também foi excelente como interesse amoroso de Deadpool (o romance dos dois é muito bem desenvolvido e engraçado) e o ator T.J. Miller (que faz Weasel, um amigo de Deadpool) consegue ser tão engraçado quanto o próprio Mercenário Tagarela. (Dopinder, o taxista, também foi impagável)

Recomendo muito o filme para quem gosta de uma boa dose de comédia e ação, e ressalto que para apreciar o filme você não tem que conhecer ou gostar de quadrinhos, já que o humor é o ponto chave ao longo de toda a história.

É isso, Deadpool chegou estourando 16 paredes, fazendo piadinhas ruins de Star Wars e arrancando boas gargalhadas dos mais diferentes públicos. É hora de preparar suas chimichangas e acompanhar esse anti-heroí tão...peculiar.

PS.: Vale apena esperar as cenas pós-créditos!