3 de dez. de 2015

Victor Frankestein (Filme)





Se você está procurando uma adaptação perfeita da obra de Mary Shelley, talvez Victor Frankenstein não seja o filme certo pra você.

Mas se você quer ver o novo Professor Xarier (James McAvoy), Harry Potter (Daniel Radcliffe), Sybil (Jessica Brown Findlay) de Dowton Abbey e Jim Moriarty (Andrew Scott) de Sherlock num mesmo filme, bem, esse filme é perfeito.

Começando do começo: O enredo é mais ou menos aquele a que estamos acostumados quando se trata do Prometeu Moderno. Doutor Frankenstein decide criar a vida a partir da morte e daí surge o monstrinho verde de cabeça chata e parafusada que decide aterrorizar o mundo. Mas o novo filme de Paul McGuigan (diretor que mal conheço, mas já considero pacas), com o roteiro de Max Landis segue uma linha um pouco diferente dessa nossa receitinha de filme de terror. Victor Frankenstein vai além da história do monstro e busca retratar melhor o processo de criação, quase uma análise do criador.

Na verdade, é basicamente assim que o longa começa: Igor (Radcliffe) é o que podemos chamar de narrador da história e conta, logo nos primeiros momentos, como encontrou Victor (McAvoy) pela primeira vez e como o doutor o levou para “o maravilhoso mundo da ciência”. Não entrando muito em detalhes (porque depois vão me culpar de spoilers), fica óbvio depois de um tempo que Victor não é o tipo de médico que gosta de ficar brincando de Operando, é do tipo lunático que não tem medo de experimentar o novo e ir atrás de seus sonhos - mesmo que seus sonhos sejam criar criaturas feitas de pedaços mortos de outros seres, costurar como uma colcha de retalhos e depois dar uma de Thor com esses quebra-cabeças de carne.

Passando-se em uma Londres de início de século XIX, os sonhos do estranho doutor são... Estranhos, inovadores demais para a época. Com aquela velha desculpa de “devemos preservar a moral e os bons costumes”, eis que entra Turpin (Andrew Scott), o investigador da Scotland Yard que vai fazer de tudo para acabar com os projetos de Victor. Turpin tem uma argumentação mais religiosa do que civil, por assim dizer, vive falando que dar a vida ao que já está morto vai contra as leis e Deus e que isso precisa acabar. É aquela velha história Igreja VS. Ciência.

E, no meio disso tudo temos o Igor. (sim, voltamos a falar dele, mas só um pouquinho)
Igor vira o assistente de Frankenstein, mas ele é bem mais que isso. Igor é um gênio, tão inteligente quanto seu mestre e faz bem mais que ajudar na confecção do Frank. Ele ama uma garota, Lorelei (Jessica Brown Findlay) e essa é a parte de romance do filme, que acaba não tendo grande destaque, mas não é completamente inútil. Mas, verdade seja dita, Igor ama muito mais o seu mestre. Victor é o boss, Victor é o seu criador. Victor é a razão de Igor estar narrando a coisa toda.

Victor.

Um gênio. Maluquinho. Seu amor pelo seu trabalho é maior que o amor pela própria vida. E o legal é que você vê, nos olhos do ator, o quão lunático e dissimulado Frankenstein é. A atuação de James McAvoy é perfeita (e talvez eu esteja falando isso porque eu o idolatro, mas isso é detalhe), a loucura de Victor é real e ele não chega a perceber quando está passando dos limites, mesmo quando Igor tenta avisá-lo. Victor vai além da ideia que temos de criador de monstros, margeia a ideia da concepção de vida e reflete aquela velha pergunta “quem é o monstro afinal?”
E eu já vi algumas críticas negativas do filme por aí, mas, sinceramente, eu achei espetacular. Além de rebuscar a história de Shelley (que já veio ao ar tantas e tantas vezes), o longa dá uma inovada, foge dos livros e dos filmes em preto e branco e ainda dá uma temperada com um romance leve e tangencial. Além disso, o elenco é praticamente, se não totalmente, formado por atores britânicos, o que é bem legal, na minha opinião (é mais que legal, eu achei o máximo).



Enfim, é isso. Perdão pelo falatório. Espero que gostem do filme. (E não pirem como eu, a lunática por Sci-Fi)

~Mel




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